Ontem domingo estava eu na casa de minha mãe conversando com meu Tio Betovisk. E ele me contou que quando estava trocando o pneu de sua carretinha, que pensava ele ter furado, chega o danado do anjo e da uma pesada no que diz ser tambor da roda e ai se houve aquele barulho e rolamentos e coisas quebradas. Meu pai apareceu do nada e fez aquilo, disse a meu tio que ele teria ficado na estrada se fosse daquele jeito para Alexânia.
Meu tio ficou encabulado com tudo aquilo.
E eu lembrei-me de uma das muitas histórias que meu PAI nos levou a sermos protagonistas da mesma. Eu e meu irmão.
Era uma manhã de domingo, eu e meu irmão como de costume estavamos dormindo. Escutamos a campainha tocando incessantemente, e descemos correndo para ver quem era. Era um menino que ajudava meu pai nos serviços mecânicos que eu não me lembro do nome, avisando-nos que meu pai havia capotado o Toyota e que só sairia de lá se nós fossemos buscá-lo. Pensa na novela. Nós dois de pijama, meio sonolentos com aquela notícia maravilhosa....
Trocamos a roupa e pegamos o carro.
Carro este que fora comprado por minha avó que hoje está desencarnada olhando por nós.
E então pegamos o carro e fomos rumo cemitério parque, entramos Vila União afora e lá estava ele, dentro da cabine do Toyota, todo sujo de terra, ensanguentado, machucado, chorando e nada mais nada menos do que bêbado.
Falei pra ele sair em tom severo.
- Sai dai pai, que vamos te levar pro hospital.
Ele não quis ir para o hospital, então levamos ele para um barracão em que hoje mora e que fica nos fundos do sobrado onde morávamos. Estava com um corte na testa e o dedo (acho que o polegar) quebrado. Eu e meu irmão já que meu pai não queria ir para o hospital, fomos a uma farmácia e lá compramos esparadrapo, água oxigena, analgésicos e imaginem só atadura gessada.
ENGESSAMOS A MÃO DE MEU PAI.
Pensa na cena....
Meu pai sentado na cama e meu irmão puxando o dedo com força pra endireitar e eu passando a atadura gessada, detalhe: sem algodão por baixo. Não se sei sabem mas gesso quando vai secando vai queimando. E meu pai anestisiado não sei se de remédios ou de cachaça, ficou quetinho e deixou que nós fizessemos isso.
Não aconselho a ninguém realizar tal feito, pois o dedo de meu pai até hoje está torto, graças aos nossos excelentes conhecimentos médicos.
Mas como quem não tem cão caça com gato...nos viramos.